ARMÁRIO CÁPSULA – COMO COMEÇAR?

Imagem: Andresa Caparroz

Para quem curtiu o texto anterior sobre armário cápsula e quer começar a mudar o seu, aqui vão algumas dicas práticas. Sei que é bastante para começar, e certamente você vai precisar de ajuda (e é por isso que estamos aqui!). Mas veja o que indico para minhas clientes:

1. Tempo e disposição
Lembre-se que o tempo para começar é agora! Você não precisa comprar nada, nem esperar a virada da estação ou o momento que tiver mais tempo porque até a sua vida dar uma folga, você continuará existindo e se vestindo para ela!

2. De frente com o guarda-roupa
Vá para a frente do seu armário, selecione as peças que você mais tem usado nessa época do ano e anote quantas são e quantas têm ficado paradas. Não se preocupe em separar rigidamente por estação porque isso vai depender das condições climáticas da sua região.
Faça uma lista dividindo-as por categorias de partes de cima, casacos leves e pesados, partes de baixo (aqui entram vestidos e macacões), bolsas, cintos e calçados.  Independentemente da quantidade de peças que deram, continue esse exercício e lembre-se de que se trata de uma prática de mudança de hábitos, e que, portanto, não
é feita do dia para a noite, mas com muito carinho e paciência consigo mesmo!

3. Entenda suas escolhas
Em seguida, analise se você gosta de todas elas e porque você as usa tanto, vista-as se for preciso (elas têm a ver com seu gosto pessoal e tarefas do dia a dia?). Tem algo que você usa mas não gosta, e o que mudaria nelas? Sente falta de algo que seria útil nas suas atividades, ou precisa repor alguma que é super útil mas que já está batida?
Anote tudo, essa é sua lista que irá te orientar nas futuras compras. Procure entender também o que o que ficou de fora e o que elas têm em comum (tamanho, tecido, cor/estampa, modelagem e caimento, estilo) e em seguida classifique-as em peças que você gosta mas não sabe usar, peças de recordação/tamanho desatualizado e peças que você não gosta (ou que te remetem a um sentimento negativo) mas que são mantidas por apego e orgulho em se desfazê-las.

O bacana é fazer essas quatro pilhas ou descrever as características das roupas e calçados que gosta e são usadas, não gosta, mas são usadas, gosta, mas não as usa e, por fim, que não usa e não gosta. Esse é um excelente exercício para começar a entender seu gosto pessoal, o que te veste bem e que tipo de roupa atende suas demandas e compromissos.

4. Prática semanal
Comece fazendo isso sem se preocupar em bater exatas 37 peças, e aos poucos, vá se permitindo testar a cada semana:
► 04 partes de cima (contando com peça de sobreposição)
► 02 partes de baixo
► 03 calçados (muitos? cada um pode dar uma intenção totalmente diferente ao look)

Esse é um momento de conhecer o potencial daquilo que você já tem, então as peças podem ser mudadas semanalmente. Acrescente acessórios diferentes e continue reparando no que é mais coordenável, se tem algo que realmente fez falta. Essa continha aí renderá no mínimo 8 looks super diferentes se você seguir o que estou falando!

O ideal é você separar as escolhidas da semana e testar todas as possibilidades de combinação antes de usar. Prove, fotografe e, se precisar adequar, mude os calçados que escolheu. Aqui a dica é pegar peças diferentes entre si, de acordo com seus compromissos da semana para evitar “looks gêmeos”. E durante os sete dias, observe
se você sentiu alguma dificuldade e qual o motivo. Conforme for se sentindo confortável, você irá naturalmente estender essa prática por mais tempo e se conscientizar de que não há necessidade de comprar a todo instante.

5. Desapego
Marie Kondo tem uma técnica muito subjetiva para o descarte das coisas. Em seu livro “A mágica da arrumação”, ela sugere os clientes a segurarem peça por peça e sentir se aquilo deixa-os felizes ou não. Quando eu li achei um pouco dramático, mas fui testar e percebi que estava diante de um guarda-roupa que abrigava diversas peças que não me traziam boas recordações, nem que me despertavam uma sensação de leveza e estímulo e,então, resolvi desapegar, sem culpa!

O conceito de cápsula é um exercício que eu pratico muito com os meus clientes, independente da quantidade de roupas que ficaram depois que fazemos a triagem das peças (e mesmo se classificarmos como cápsula ou não). Saber explorar ao máximo suas roupas e as possíveis combinações é uma forma de dominar o que se tem no armário, sem se tornar refém da ideia de não ter “nada pra vestir” e sair pra comprar <3

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