VERDE, O CAMINHO DO MEIO

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50 Tons de verde

Não é fácil classificar o verde, mesmo para quem trabalha com cores e as combinações delas na questão do estilo pessoal. O verde é o pigmento que mais apresenta nuances. Além da alteração se dar mais ou menos pela quantidade de azul, amarelo, branco, preto ou cinza, ele também não perde sua característica básica quando misturado com marrom e vermelho. Isso dá ao verde uma característica super versátil, para não dizer camaleoa. Esse aspecto mutável também é percebido sob luz natural ou artificial, sendo a cor que mais muda diante das diferentes fontes de luz.

Quanto mais azul, mais frio o verde será e quanto mais amarelo, mais quente ele será. Ele pode ser tanto fresco ou cítrico, quanto morno ou abafado (como o clima de florestas fechadas), mas nunca será extremamente frio ou quente.

O verde é o caminho do meio

O verde é considerado, em muitos aspectos, como cor intermediária e não apenas no que se refere à temperatura. Essa é uma das suas maiores características, e talvez por isso seja relacionada ao signo de Libra. É a cor que está entre a materialidade do vermelho e o divino do azul; não agita, nem desmotiva. É uma cor que se equilibra entre o positivo e negativo e, portanto, uma cor neutra na representação dos gêneros.

Por mais universais que sejam os signos das cores, seu conteúdo sempre pode mudar de sentido, porque depende de nossas vivências e interações com a sensação da cor.

Em culturas antigas, a representação que o verde adquiria dependia muito da paisagem e das condições climáticas. Em lugares áridos, onde o verde era praticamente uma miragem do oásis, ele era vinculado a uma figura masculina sagrada e fértil, devido ao seu poder de fecundar. Assim era no Egito, onde, inclusive, todos os bichos verdes eram considerados divinos, como os crocodilos, que até embalsamados eram.

Já na Europa, que abrange países abundantes em paisagens verdes, o verde simbolizava o feminino “profano”, para não dizer luxurioso, descendente de Eva. É curioso que a fertilidade não era relacionada à mulher, nem à Gaia, à mãe natureza, mas ao homem, reprodutor. No entanto essa é a cor de Vênus, que por sua vez rege o signo de Touro. Os gregos associavam o verde a Afrodite (Vênus) – a deusa da beleza e do amor e os romanos, por ser a “deusa dos jardins, das hortas e das vinhas.”

Verde venenoso

Em busca de um verde brilhante, o pigmento tornou-se quase tóxico, embora esse “detalhe” fosse ignorado até o século XX.  As tintas das telas e mobílias, produzidos pela indústria farmacêutica do século XIX, era muitas vezes misturada ao arsênico, para tornar-se ainda mais brilhante.

Mesmo depois de feita a tinta à base de arsênico, ele continuava a dissolver e a exalar, principalmente com a umidade dos ambientes fechados. As pesquisas de hoje dizem que o arsênico era muito presente na vida das pessoas (e em seus corpos, inclusive), embora as taxas não fossem altas o suficiente para serem consideradas tóxicas.

A ideia de relacionar o verde a substâncias venenosas ou radioativas não saiu diretamente do universo do Super Man, com a kriptonita! Geralmente, substâncias perigosas são retratadas nos filmes de ação como líquidos em tons verde intensos ou brilhantes.

Mas não fique com receio de usar o verde!!! Ele oferece uma infinidade de possibilidades e pode ser uma escolha apaziguadora no seu closet. Quer saber mais? Aguarde o próximo post e veja como ele pode se tornar o queridinho da vez!

Andresa Caparroz

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