Couro legítimo x couro fake. Qual é a melhor opção na hora de investir? Já parou pra pensar nessas opções e seus desdobramentos?
Esses dias eu postei nos stories o desastre que aconteceu com uma jaqueta de couro fake, que ficou por uma estação guardada no armário. Quando voltei a usá-la, tive que tirá-la no meio do caminho, no primeiro dia, porque ela simplesmente se desintegrou!
Exageros à parte, acontece que a vida útil do couro fake, material sintético, é realmente muito curta. A minha durou uns 4 anos. Sei de algumas que levaram um pouco mais de tempo, mas, no fim, todas tiveram o mesmo destino: rasgos no tecido, provocados pelo ressecamento e pela própria natureza do material.
Para quem fica com muita dúvida na hora de decidir qual “couro” escolher, vale lembrar que o nome couro vegetal, e até mesmo couro ecológico, nem é reconhecido, na verdade. Couro é couro, é um só, aquele de origem animal. É aquele que dura mais, mas que também tem um processo de fabricação que polui muito o meio ambiente, especialmente pelo tingimento.
Exatamente por isso, e, também, pela questão do veganismo, movimento que têm crescido muito nos últimos anos, a indústria busca soluções. Vale um pouquinho de informação mais técnica para conseguir escolher com mais repertório:
Couro legítimo
Tem material de origem animal e que usa tratamentos tradicionais para chegar no produto final;
Couro ecológico
Tem material de origem animal, mas usa tratamentos que são menos poluentes para o meio ambiente.
Couro sintético
Geralmente, composto 100% por PU (o poliuretano), por polipropileno ou polivinílicos (este, um pouco mais durável).
Couro vegetal
Material biodegradável, feito com elementos vegetais, de restos de abacaxi, chás e até cogumelos, ainda em fase de estudos (para viabilização desse tipo de matéria à produção e ao consumo). Mais sobre esse assunto, você encontra no artigo do The Greenest Post.
Outro recurso vegetal, porém pouco difundido, é o material à base de látex, extraído das seringueiras. Conforme explicado pelo texto do site Pensamento Verde, o látex é aplicado a uma base de algodão e passa por um processo de defumação e vulcanização em estufas especiais.
Bem, a questão é que o mercado está buscando soluções e é preciso observar para decidir pelo que mais dialoga com nosso estilo e conceito de vida, estilo pessoal, com nosso guarda-roupa e com nosso bolso, claro.
Das opções, com cuidados como hidratação e limpeza correta, o mais durável é o couro legítimo. No caso do material sintético, especialmente o PU, o que vai acontecer é exatamente o mesmo que a minha jaqueta – uma durabilidade de 2 a 4 anos, no máximo, e uma deterioração ainda mais rápida caso a peça fique um tempo parada no armário. Outro fator agravante é a hora do descarte, porque não há o que fazer. A prática de reciclagem têxtil é bem complexa e em nosso país ela existe de modo restrito e pontual, com algumas fibras. Ou seja, mesmo que você a separe, ela não será reciclada…
Para quem não quer o couro animal, mas também não quer ser refém do PU, pode optar por outros materiais, que tragam uma aparência que remete ao couro, como o Suede, tecido sintético que imita a textura da camurça, por exemplo. Ou, então, tecidos resinados e encerados, que funcionam bem em jaquetas e calças e têm boa durabilidade, com os cuidados específicos na lavagem, secagem e manutenção, tais como:
- lavar a peça do avesso e à mão. Evite colocar a peça na máquina de lavar, mesmo do avesso ou em saquinho;
- usar água fria e evitar o uso alvejantes e amaciante, pois este último resseca a superfície resinada;
- secar à sombra para evitar desbotamento e evitar o uso de secadora.
- na passadoria, mantenha a peça do avesso e evite o vapor e a alta temperatura;
- guarde as peças preferencialmente penduras e evite deixá-las emboladas, pois a resina marca bastante os amassados!
Jaqueta suede – Ziovara
Jaqueta de sarja resinada – Gaiata
calça resinada – Maria Filó
Casaco de sarja resinada – Forum
Calça legging suede resinado – Shoulder
Fica a pergunta: no que vale investir?
Se pensarmos friamente o couro natural é, obviamente, a opção com melhor custo benefício, do tipo com valor agregado: custa mais caro, mas a durabilidade é infinitamente maior. Mas é preciso levar em conta tudo que vai compor o seu imaginário de consumo, moda, estilo e ideal de vida, para escolher a melhor opção para você.
Certamente, o mercado está em busca de alternativas que agradem mais e que durem mais, também. Por aqui, vamos ficar de olho. Sugiro que você faça o mesmo 😉
Andresa M Caparroz