Será que dá para ter um armário enxuto só de inverno? E vale a pena? A resposta é: depende! De onde você mora, do seu estilo pessoal e de como você quer trabalhar esse estilo no dia a dia. Mas vale considerar algumas dicas na hora de escolher suas roupas.
A ideia original do armário cápsula era a cada estação, ou seja, a cada 3 meses renovar as peças do guarda-roupa, com alternância ou mesmo reposição, condizentes com o clima, certo? Na prática, isso pode funcionar para locais onde o clima segue à risca o calendário da natureza! Mas em cidades como São Paulo, onde podemos ter as 4 estações do ano ao mesmo tempo, ou Belém, onde não há praticamente variação térmica, separar as roupas por estação pode se tornar um pouco confuso e nada prático.
Nem sempre é possível, ou necessário, ter um armário cápsula por estação. Mas, já vou avisando que aqui você não irá encontrar uma lista fechada de peças para um armário de inverno. Isso porque a construção de um guarda-roupa cápsula, em qualquer estação, segue a mesma lógica:
Primeiro ponto
Ter roupas que estejam de acordo com o SEU estilo, incluindo gostos e preferências e, então, fica muito genérico dizer o que ter ou não ter;
Segundo ponto
evitar ter mais de uma peça na mesma cor, função, estilo e modelagem, para poder diversificar. No caso da função, até dá para repetir, contanto que a modelagem e cor sejam diferentes, por exemplo, uma jaqueta de couro preta e uma puffer de nylon azul claro.
O que faz de um closet bem-sucedido, seja ele cápsula ou não, é ele “dialogar” entre as estações. Quanto mais suas roupas forem coordenáveis entre si, mais looks elas renderão, independentemente do clima. Modelos meia estação, por exemplo, são “coringas” em uma cidade como São Paulo: elas servem de camada de proteção para looks frescos ou de sobreposição para peças mais pesadas do inverno. Ou uma saia, habitualmente usada em dias quentes, que com uma meia calça já se transforma em um look mais quentinho.
Na consultoria de estilo, exercitamos a criatividade e o potencial das roupas, indo além da “função habitual” delas. O diálogo existirá porque elas foram bem selecionadas (cores, modelagens, estilo) de acordo com seu biótipo, estilo e cartela de cores. E aí, seguindo a lógica do “menos é mais”, a melhor forma de otimizar o armário de inverno é focar no tipo de peça que você mais usa no dia a dia, atendendo suas necessidades e, sempre, como eu já mencionei, ter uma diferente da outra.
Conseguindo identificar quais elementos você mais usa, o próximo passo é ter de duas a três peças que tenha a mesma função, porém que não sejam da mesma cor e estilo. Geralmente, no inverno, usamos diariamente cachecóis e calçados fechados (botas, e coturnos), por exemplo, e eles, inclusive, facilitam variar o visual, porque podem mudar totalmente um look, além de conseguirem aquecer pontos importantes, como pés e pescoço.
Investir em roupas que traduzam seu estilo é uma ação atemporal
Na hora de investir, pense em roupas que traduzam seu estilo pessoal (eu posso te ajudar nessa tarefa) e em tecidos mais naturais, como algodão e lã ou fibras sintéticas, como poliamida, nylon e acrílico, que ajudam a esquentar sem provocar, por exemplo, transpiração excessiva. Outra alternativa são os tecidos inteligentes. Uma peça chave para esquentar sem exagerar nas camadas de roupa é a segunda pele de poliamida, que pode ser de manga comprida, ou mesmo de alcinha, e já vai fazer uma super diferença.
O mundo ideal, quando o assunto é guarda-roupa enxuto, é que todas as suas peças de frio já estejam penduradas ou dobradas em suas gavetas, ao invés de guardadas no maleiro ou em malas. Mas, como isso muitas vezes não é possível, o ideal é que você tenha espaço para pendurá-las quando fizer o movimento de separá-las para o frio.
Andresa M Caparroz